A MÍSTICA ESPONSAL

A mística esponsal das cistercienses provêm da mística da própria Igreja que diz:



"Vivendo na e da presença do Senhor, as monjas constituem uma particular antecipação da Igreja escatológica, empenhada na posse e na contemplação de Deus, «representando visivelmente a meta para a qual caminha toda a comunidade eclesial que, empenhada na ação e dada à contemplação, adianta-se no tempo com o olhar fixo na futura recapitulação de tudo em Cristo ».  

Venerábel Verônica Laparelli - monja cisterciense do século XVI - do mosteiro de Cortona - Italia -



".... Por isso, a vida monástica feminina tem uma capacidade especial para realizar a nupcialidade com Cristo e ser sinal vivo da mesma: não é por acaso numa Mulher, a Virgem Maria, que se realiza o mistério celeste da Igreja?...À luz disto, as monjas revivem e continuam na Igreja a presença e a obra de Maria. Acolhendo o Verbo na fé e no silêncio adorador, colocam-se ao serviço do mistério da Encarnação e, unidas a Jesus Cristo na sua oblação ao Pai, tornam-se cooperadoras no mistério da Redenção. Como no Cenáculo Maria, com a sua presença orante, custodiou no seu coração as origens da Igreja, assim está confiado ao coração amante e às mãos erguidas das religiosas claustrais o caminho da Igreja...."



irmã Maria Elisabeth - no dia da profissão solene
12 de outubro de 2008  -Monja de Campo Grande, MS.


... Pela sua específica chamada à união com Deus na contemplação, as monjas de clausura encontram-se plenamente na comunhão da Igreja, tornando-se um sinal singular da união íntima com Deus de toda a comunidade cristã. Através da oração, particularmente pela celebração da liturgia, e da sua imolação quotidiana, elas intercedem por todo o povo de Deus e unem-se à ação de graças que Jesus Cristo eleva ao Pai (cf. 2 Cor 1,20; Ef 5,19-20).

                 Madre  Maria Verônica-

Dia do jubileu dos 25 anos de vida monástica

  Santa Cruz de Monte Castelo

A vida contemplativa é precisamente o modo característico de elas serem Igreja, de realizarem nesta a comunhão, de cumprirem uma missão em benefício de toda a Igreja.  Por isso, às contemplativas claustrais, não se lhes pede para fazerem comunhão através de novas formas de presença ativa, mas que permaneçam na fonte da vida trinitária, vivendo no coração da Igreja. Além disso, a comunidade claustral é uma ótima escola de vida fraterna, expressão de comunhão autêntica e força que atrai à comunhão.  Graças ao amor recíproco, a vida fraterna é espaço teologal, onde se experimenta a presença mística do Senhor ressuscitado:  em espírito de comunhão, as monjas partilham a graça da própria vocação com os membros da sua comunidade, ajudando-se reciprocamente para caminharem unidas e avançarem juntas, concordes e unânimes, para o Senhor. Com os outros mosteiros da mesma Ordem, as monjas partilham o compromisso de crescerem na fidelidade ao seu carisma específico e patrimônio espiritual, prestando, se necessário, a sua colaboração segundo as modalidades previstas nas Constituições.  Em virtude da própria vocação que as coloca no coração da Igreja, as monjas empenhar-se-ão de modo particular por« sentir com a Igreja », numa sincera adesão ao Magistério e obediência incondicional ao Papa.

  

Madre Abadessa Emérita de Campo Grande, MS.
Jubileu de 25 anos de Profissão Monástica
 25 de março de 2012
  

O amor, derramado nos seus corações pelo Espírito Santo (cf. Rom 5,5), é que torna as monjas cooperadoras na verdade (cf. 3 Jo v. 8), participantes na obra da Redenção de Cristo (cf. Col 1,24) e, unindo-as vitalmente aos outros membros do Corpo Místico, torna frutífera a sua vida, toda ela orientada para a consecução da caridade, em proveito de todos. 



Irmã Maria Cáritas 
 jubileu dos 50 anos de profissão monástica
Monja de Campo Grande, MS.
19 de agosto de 2012


A contribuição concreta das monjas para a evangelização, o ecumenismo, o crescimento do Reino de Deus nas diversas culturas é de ordem eminentemente espiritual, como alma e fermento das iniciativas apostólicas, deixando a participação ativa nas mesmas para aqueles a quem compete por vocação. Uma pessoa, entregando-se a Deus como sua propriedade absoluta, torna-se uma dádiva de Deus para todos, de tal modo que a sua vida « é verdadeiramente um dom que se situa no centro do mistério da comunhão eclesial, acompanhando a missão apostólica de quantos se prodigalizam no anúncio do Evangelho ». Como reflexo e irradiação da sua vida contemplativa, as monjas oferecem à comunidade cristã e ao mundo de hoje, necessitado mais do que nunca de autênticos valores espirituais, um anúncio silencioso e um testemunho humilde do mistério de Deus, deste modo mantendo viva a profecia no coração esponsal da Igreja.

 (Verbi Sponsa)



  
Irmã Maria Maura
No dia de sua profissão solene em 26 de janeiro de 2013. 
Monja de Campo Grande, MS.